Elo Lygia Clark

A escultora Lygia Clark (Belo Horizonte 1920 – Rio de Janeiro 1988) foi uma das alunas de Zélia Salgado no ateliê de Roberto Burle Marx a partir de 1947, no MAM/Rj a partir de 1954 e participava das reuniões artísticas promovidas por Zélia em sua residência. Zélia trabalhava e dava aulas de composição e pintura no ateliê de Burle Marx - “quando ele não estava, eu assumia as aulas”, costumava relembrar. Numa de suas anedotas históricas, relembrava que “Lygia chegou dizendo ao Roberto que queria aprender a fazer pastel. Ele respondeu que então era melhor ela procurar seu cozinheiro”. Foi Zélia quem a orientou a viajar a Paris, em 1950, onde estudou com Arpad Szènes, Isaac Dobrinsky – antigo professor de Zélia na Academia La Grande Chaumière – e Fernand Léger. Lygia Clark é uma das fundadoras do Grupo Frente, em 1954, e assina o Manifesto NeoConcreto, em 1959, buscando destacar a pintura de seu suporte, e afinal se impõe como pioneira da arte participativa no Brasil com a série em aço “Bichos“, em 1960, recebendo o prêmio de Melhor Escultura nacional na VI Bienal de São Paulo no ano seguinte.

No Elo Abstracionismo Informal, o então diretor do MNBA, Paulo Herkenhoff, relembra em 2004, por ocasião da exposição comemorativa do centenário em vida de Zélia Salgado, a relação entre a série de “Composições em Aço Inox”, datadas de 1958-9 e perdidas nos anos 1970 e a série “Bichos”, de Clark, a partir de 1960.