Elo Cândido Portinari
Cândido Portinari (1903, Brodowski/SP – 1962, Rio de Janeiro/RJ) foi colega de Zélia Salgado na Escola Nacional de Belas Artes – ENBA, nos anos 20. Como ela, almejava ganhar a medalha de ouro do Salão da ENBA – Prêmio de Viagem, o que só aconteceria em 1928 (Portinari entrou para a ENBA em 1920, aos 15 anos), apresentando a contragosto uma pintura acadêmica. Zélia utilizou a mesma tática em 1930, numa escultura de moldes tradicionais – “horrorosa”, segundo ela -, para ganhar o prêmio e ir a Paris. Sobre o colega, Zélia dizia que era evidente que tinha grande domínio sobre a pintura, e como ela procurava se libertar da arte tradicional e buscar o seu caminho, tornando-se anos depois o pintor brasileiro mais conhecido no mundo. Em 1924 Portinari desenha o retrato de Zélia (carvão sobre papel), demonstrando domínio e apuro técnico e imortalizando a artista nos seus 20 anos. A obra se encontra no Museu de Arte Brasileira, na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo, SP.