Elo Gilberto Genesini – o último aluno

Coral

Coral, alumínio reciclado, 2011

O arquiteto paulista Gilberto Genesini (Marília, SP, 1961) conheceu Zélia Salgado em 1996, quando seu então sócio na Embaúba (produtora deste site), Pedro Rosa, iniciava a coleta de depoimentos da artista. Zélia o aconselhava sobre suas primeiras incursões na escultura (Peixes, Exposição Brahma Reciclarte, Rio, no mesmo ano), e acabou trazendo-o para aulas teóricas e práticas no ateliê em seu apartamento no Parque Guinle, projetado pelo colega da ENBA Lúcio Costa. Lá, entre incursões a sua vasta biblioteca e análise de suas próprias obras, Zélia lhe ensinou os fundamentos da escultura; “você já pensa em três dimensões”, reparava. A confiança foi mútua e o aspirante a escultor foi responsável pela montagem, junto a Simone Simões, diretora do Espaço Cultural do CEDIM (Conselho Estadual de Direitos da Mulher), da exposição-resgate Aspirações Abstratas, curada por Pedro Rosa em 2002. “Não tenho um senão”, disse a artista, ao circular pela primeira vez pelo espaço, aos 98 anos. Gilberto havia reproduzido parte de seu ateliê pessoal na entrada, com suas últimas pinturas, datadas de 1994.

Interessado em materiais recicláveis, Gilberto chega ao alumínio fundido de pistões de automóveis e caminhões para forjar suas obras abstratas, seguindo os ensinamentos de Zélia Salgado, “porém ainda sem a delicadeza das obras de bronze” da mestra, ressalta em seus depoimentos. Neles encontramos texturas da Natureza (Coral, a série Incêndio na Floresta, de 2011), mas também movimento, e acima de tudo equilíbrio e forma – assimilando lições da pioneira da escultura abstrata brasileira.

Neste Elo, Gilberto Genesini fala de seu aprendizado com Zélia Salgado; da entrevista com a gravadora Fayga Ostrower, grande amiga de Zélia; da montagem da exposição Aspirações Abstratas, e da exposição em homenagem aos 100 anos de vida da artista, no MNBA carioca.

 

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